segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Derrotas em flashback (1): O Asa arreia!!!

Em um sábado, ressaquiadas de uma sexta agitada, fomos para o Rio, para a casa de um amigo na Barra e de lá nos arrumamos e fomos à gravação do DVD do Asa de Águia no Rio Centro.
Logo eu, que não gosto de axé, tampouco de micareta.
O calor estava insuportável, a sede incontrolável e a cerveja em uma promoção irresistível: compre uma e leve duas. Ou seja, derrota iminente.
Chegou uma hora em que eu já cantava as músicas e tentatava fazer as coreografias. Sabrina, por sua vez, só sabia dizer: “Vamos reabastecer?”, o que depois de um certo momento tornou-se: “Vamummm, é, é, é... re$#*-tecer, amigam!!?"
A luz acabou na metade do show e o gerador apenas conseguia iluminar o lugar e o show nada de recomeçar. Retornando do banheiro, achei Sabrina, sentada no meio-fio, quietinha, de cabeça baixa. Perguntei se ela queria ir embora, ela levantou a cabeça lentamente e sacudiu os ombros com indiferença.
Ajudei-a levantar e fiquei pensando no que faríamos em relação ao carro, já que eu não tenho carteira, há anos não praticava e também já estava alterada.

- Sabrina, como que a gente vai pra casa?
- jkhfgihjdgh dflkjgoiert sdgljkrdogi
- Hein?
- Pede dfjnfduh ghjrtorg kljgiorhjt ...

Entendi que era para chamar o nosso amigo. Chamei, e ele falou que não poderia entrar no estacionamento e que eu teria que chamar alguém para tirar o carro dali.
Achei um segurança e ele disse que se fosse até o portão, como ele voltaria!!? Eita bicho preguiçoso, viu? Pedi, irritadamente, para que retirasse o carro da vaga que eu faria o resto!

- Esse aqui é o freio, aqui é o acelerador e aqui a embreagem, certo?
- Não moça, é o contrário. Aqui é a embreagem e aqui é o freio.
- Ah, tá! Podexá que agora vai!
TOC, TOC (o segurança batendo no vidro do carro)
- Que que foi? – mais uma vez irritada!
- Moça, você tem que soltar o freio de mão!

Nossa, que vergonha!
O carro finalmente começa a sair do lugar e, de repente Sabrina levanta do banco de trás e fala com toda a sua ébria sabedoria:

- Amigam, bisa na embreagi e passa a seguda! ( e desaba novamente)

Passei a segunda. Ah, e a terceira também!
“Estacionei” o carro do lado de fora e enquanto aguardava, ouvia Sabrina cantar: “O Asa arreia...arreia...arreia...”, mandando eu me calar, quando na verdade no carro estava o maior silêncio.
Depois adormeceu no poder da cevada.

2 comentários:

Anônimo disse...

boa história!

Unknown disse...

Jú eu já conhecia essa história mas confesso que o seu texto deu um toque todo especial...Adorei bjus